16 dezembro 2008

Manifestação por direitos humanos





Manifestação por direitos humanos

Na manhã desta quarta-feira, 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, moradores da Maré e familiares de Matheus Rodrigues, de 8 anos, morto na semana passada, dia 04, pela polícia militar, na Baixa do Sapateiro, protestaram em frente à Assembléia Legislativa. O ato, organizado por movimentos sociais de direitos humanos, contou com a participação do MST, MTD, Movimento Humanista, ONG’s e Marcha pela Paz e contra a Violência, entre outros. Os militantes exibiam camisas brancas que estampavam no peito a síntese do que os levava ao ato: a morte do menino Matheus, representada através de uma famosa charge do cartunista Carlos Latuff. Cruzes pretas foram colocadas sobre as escadarias da Assembléia Legislativa. Depois do ato em frente à Alerj, os manifestantes saíram em passeata até a Praça Mahatma Gandhi, na Cinelândia, onde acontece a vigília pelos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Mariluce Nascimento, moradora da Maré e amiga da família de Matheus, reivindicou ao microfone do ato: “Não podemos aceitar que a polícia continue matando na favela. Isso não é normal. Na semana passada Matheus morreu porque a polícia o confundiu com traficante. Isso é absurdo, é desumano. Precisamos dar um basta nessa política de extermínio”, disse, emocionada.

Durante a manifestação, ainda em frente à Alerj, o grupo de teatro “Armazém de idéias e Ações Comunitárias” (Aiacom) apresentou uma esquete. Em suas falas e cartazes o Estado era questionado. O grupo cobrava políticas públicas de segurança, saúde, educação, moradia, entre outras.

Dor em família
A mãe de Matheus, Gracilene Rodrigues, participou do ato juntamente com sua sobrinha Chayane. A prima do menino pediu justiça. “Meu primo, uma criança de 8 anos, estava saindo de casa apenas para comprar pão e foi assassinado, confundido com bandidos pela polícia. Eu e minha tia estamos aqui para pedir justiça”.

A dor da mãe do menino era perceptível. Ela não teve condições de dar declarações durante o ato. Sabine Mendes, do Movimento Humanista e Marcha pela Paz e Contra a Violência falou sobre os 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos. “Estamos comemorando o aniversário de uma carta que infelizmente continua sendo apenas uma carta. Quando nos manifestamos em praça pública é porque só nos resta este espaço. Estamos completamente desamparados”, afirmou. De acordo com Sabine, estudos já comprovaram que com apenas 10% do que se gasta com armamentos seria possível acabar com a fome no mundo.
Fotos: Vânia Bento

07 dezembro 2008

Justiça?? Onde ? E Quando?

Manhã de 04/12/2008, por volta de 08h.

Mateus, um menino de 08 anos é assassinado com um tiro na nuca ao sair no portão de sua casa. Nas mãos a moedinha de R$1,00 com qual ia comprar pão. Revolta, indignação, INJUSTIÇA.
Não tenho palavras pra descrever o que sinto.

A mãe, uma companheira de trabalho - dor, sofrimento, saudade; sentimentos que se misturam e provocam uma reação que não sei explicar, apenas ela sente. A pergunta que não quer calar, o por quê??!! Na verdade todos já sabemos a resposta - INJUSTIÇA!!!

Moradores revoltados, mídia que não expõe a verdade, polícia que depõe com versões diferentes; mais um caso que provavelmente vai ficar sem um culpado.

Quantas crianças mais terão de morrer!? Quantas mães terão de chorar a morte de seus filhos!!? Muitas, enquanto o nosso país não abrir os olhos e continuar defendendo essa impunidade!!

POLÍCIA X MORADORES
De acordo com os noticiários, os prováveis políciais envolvidos no caso dizem que o menino ficou no meio de um fogo cruzado entre facções rivais e que teriam ido a comunidade chamado pelos próprios moradores. Versão essa até o momento negada. Na manhã desta quinta-feira a comunidade estava até tranquila, não houve tiroteios, ouviu-se apenas um único tiro, o que acertou o fatalmente o pequeno Matheus.

Nos seus depoimentos os policiais apresentaram versões diferentes da do coronel responsável pela operação.

Veja matéria na íntegra:

Jornal Extra On line - Publicada em 04/12/2008 às 17:43
Criança morre baleada durante tiroteio no Complexo da Maré (primeiro erro - não houve tiroteios)

Um menino de oito anos morreu depois de ser atingido por uma bala perdida no Complexo da Maré, na manhã desta quinta-feira. Matheus Rodrigues Carvalho estaria na porta de casa, na Rua Oliveira, na localidade da Baixa do Sapateiro, quando foi atingido no pescoço e morreu.

Revoltados, moradores da favela fecharam a Linha Vermelha e queimaram um carro, na altura do acesso à Linha Amarela. Os manifestantes tentaram fazer o mesmo na Avenida Brasil, mas foram impedidos por agentes do Batalhão de Choque.Os moradores ainda tentaram invadir o Destacamento de Policiamento Comunitário (DPO) e atiraram ovos no Caveirão.

A situação já foi normalizada no local. De acordo com parentes da criança, policiais militares do Batalhão da Maré teriam atirado contra o garoto, quando ele saía de casa para comprar pão e ainda teriam tentado levar o corpo em uma patrulha. Os moradores negam que tenha acontecido troca de tiros. Já a PM diz que houve um tiroteio entre bandidos e uma bala perdida atingiu Mateus.

Por volta das 10h, uma equipe do Corpo de Bombeiros chegou à favela para remover o corpo do menino para o Instituto Médico-Legal (IML) mas foi impedida por parentes do garoto, que exigia a presença de peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). A PM isolou a área onde estava o corpo do menino e o clima ficou tenso na favela. Moradores jogaram bombas caseiras nos policiais, que revidaram com uma granada de gás lacrimogêneo. A situação só se acalmou à tarde.

O corpo do garoto já está no IML. De acordo com os peritos, o garoto foi atingido por um tiro de fuzil no pescoço que saiu no rosto. O deputado estadual Alessandro Molon, integrante da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, esteve no local e disse que exigirá uma apuração profunda sobre o episódio e a punição dos culpados. A PM informou que não houve registro de tiroteio com bandidos no Complexo da Maré nesta manhã.

De acordo com a Rádio CBN, o comandante do 22º BPM (Maré), tenente-coronel Rogério Seixas Cruz esteve na favela e foi hostilizado por moradores, que o chamaram de assassino.


O dia On Line em 05/12/2008 02:09:00
Morto na porta de casa: protesto fecha a Linha Amarela

Rio - Os PMs estariam perseguindo na favela um jovem que estaria com um rádiotransmissor na mão. “Não houve tiroteio nenhum. Ouvimos apenas um único tiro. Não vou deixar esse caso morrer. Vou cobrar e exigir que os responsáveis sejam punidos”, disse Yvonne Bezerra de Mello, que mantém um projeto social no Complexo da Maré.

A morte da criança chocou a família e revoltou os moradores da Baixa do Sapateiro, que fecharam a Linha Amarela por 30 minutos, onde queimaram o Celta, placa LCD-4610, em sinal de protesto. Eles tentaram interditar também o trânsito na Linha Vermelha, próximo ao acesso à Linha Amarela, mas foram contidos pelos PMs, que fizeram disparos para o alto e atiraram bombas de efeito moral. Suspeito de matar um policial federal, Rosemberg da Silva, o Berg foi preso na confusão.Já na Rua da Proclamação, 35 homens do Batalhão de Choque da PM entraram em confronto com um grupo de manifestantes, que atirou bombas de fabricação artesanal. Os policiais tiveram de usar uma bomba de gás lacrimogênio para dispersar a multidão.

* Paralelo a essa tragédia, acontecia bem próximo dali, no Morro do Alemão uma solenidade em que o Presidente Lula discursava. Numa das falas ele diz “A polícia que vai atuar vai ser uma polícia mais companheira das pessoas que trabalham aqui." Será que lá isso vai funcionar, como ser companheira(o) de uma policia que atua dessa forma?!
Não quero aqui dizer que todos os políciais agem da mesma forma, também não quero defender uma ou outra parte; só quero mostrar minha indignação com tal situação, que poderia ter sido evitada se tivéssemos uma segurança pública de qualidade, bem formada, bem trabalhada antes de entrar nas comunidades e permitir que esse tipo de tragédia aconteçesse.


05/12/2008 02:10:00 no O Dia On line
No Alemão, Lula pede PM ‘companheira’ Presidente discursa no Alemão, enquanto moradores protestam na Maré contra morte de criança

Rio - Moradores de comunidades carentes do Rio viveram, na manhã de ontem, momentos de paz e de guerra com a polícia. Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendia, em um palanque no Complexo do Alemão, a formação de um modelo de policiamento mais ‘companheiro’ para a comunidade, a seis quilômetros de distância dali, moradores da Favela da Baixa do Sapateiro, no Complexo da Maré, interrompiam o trânsito na Linha Amarela em protesto contra a atuação de homens do 22º BPM (Maré), acusados de matar com um tiro de fuzil, na porta de casa, o menino Mateus Rodrigues de Carvalho, de 8 anos.

“A polícia que vai atuar vai ser uma polícia mais companheira das pessoas que trabalham aqui. Nós não queremos mais aquela polícia que aparece de vez em quando, sem saber tratar quem é bom e quem não é bom, tratando todo mundo como se fosse inimigo. Temos que estabelecer não uma ação violenta, mas uma ação harmônica entre a sociedade e a polícia.

Vocês podem ver a polícia como inimiga e nem a polícia pode ver vocês como bandidos”, disse o presidente, alheio à confusão envolvendo a morte da criança, para uma platéia formada, principalmente, de moradoras do Complexo de Alemão.

A maioria delas vestia uma camisa com a inscrição “Mulheres de Paz”, em uma referência ao projeto que as beneficia com uma bolsa mensal de R$ 190 para que atuem como mediadoras de conflito. A iniciativa faz parte do programa ‘Território de Paz’, que engloba 20 ações na área de segurança para públicos diversos em situação de risco social — um dos motivos da vinda do presidente ao Rio. Antes de discursar, Lula visitou as obras do PAC na Avenida Itaoca, no Morro do Adeus. Ele viu os prédios que estão sendo construídos para abrigar as famílias que serão realocadas.

O novo projeto será administrado pelo Ministério da Justiça e faz parte de uma nova etapa do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci). O ministro da Justiça, Tarso Genro, que também participou da solenidade, concentrou seu discurso na mudança de postura dos policiais: “Esse projeto não é o velho modelo da polícia que entra, que bate, que atira e que sai. Esse é um modelo superado. Um modelo que o Brasil adotou até agora, mas agora o projeto de segurança pública é diferente".

*Um outro momento que também me chamou atenção foi a visita da Nova Coronel da PM que atua no Morro Dona Marta. Durante sua visitação, Priscila de Oliveira Azevedo, deu a seguinte declaração; “É um desafio. Quero me dedicar ao máximo a esse trabalho e alcançar o objetivo de todos: fazer da comunidade um ambiente bom, saudável, de cultura e tranqüilidade. Quero as crianças gostando da polícia. Vou ganhar um monte de filhos”, brincou.

Espero sinceramente que ela não brinque em serviço, como boa parte da nossa polícia tem feito ultimamente. Como querer que as crianças gostem da polícia e que a comunidade seja um ambiente tranquilo sendo noticiado diariamente tragédias como essa do pequeno Matheus?


Não se calem!!! Indignem-se!!!
Foto: Naldinho Lourenço

04 outubro 2008

Video Maré de Rock - Pela Vida, Contra o Extermínio

27 setembro 2008

Encontro Imagens do Povo

Encontro Imagens do Povo neste sabádo, 27 de setembro/08.

Apresentações:
Relatos das experiências dos fotógrafos Naldinho Lourenço e Ratao Diniz durante o circuito de exibição do projeto audiovisual Revelando os Brasis pelo interior do país.
Experiências da oficina FOTOOLHARES, dos educadores e fotógrafos Davi Marcos, Fábio Caffé e Francisco Valdean realizado no DEGASE (Departamento Geral de Ações Socio Educativas) em parceria com Ação Comunitária do Brasil.

Local:
Observatório de Favelas
Endereço: Rua Teixeira Ribeiro, 535 (Referência: Passarela 9 na Av. Brasil, sentido zona oeste) contato@imagensdopovo.org.br
Tel.: (21) 3888-3220 / 3104-4057 ramal 207

26 setembro 2008

MARÉ DE ROCK: Pela Vida Contra o Extermínio


O evento Maré de Rock faz parte de uma série de iniciativas do fórum “Pela Vida, Contra o Extermínio”, e ocorrerá no sábado 18 de outubro de 2008 em frente à Escola Municipal Bahia, AV. Guilherme Maxwel próximo à passarela sete da Avenida Brasil, num dos acessos ao bairro Maré no Rio de Janeiro.

O objetivo do evento – assim como outros relacionados ao fórum Pela Vida, Contra o Extermínio – será denunciar e chamar a atenção da sociedade, para a questão da criminalização da pobreza, da favela e dos movimentos sociais. O local escolhido, uma das entradas da Maré, possui relação direta com as principais vítimas da atual política de segurança pública do Rio de Janeiro, os pobres e os favelizados.

Em função da política de enfrentamento que se instalou nas favelas do Rio, a polícia do Estado tornou-se aquela que mais mata e mais morre no mundo inteiro atualmente, e o Rio se tornou a capital mundial da morte por “bala perdida”, além de ser o Estado onde mais jovens negros e pobres morrem assassinados do Brasil.

O Governo do Estado se mostra pouco sensível com a situação de desespero que provoca nas favelas e na população pobre – que permanece pagando impostos – impostos esses que sustentam o Estado, o governo e a polícia, mas que retornam a esses contribuintes em forma de escolas fechadas, tiroteios, comércio fechado, correria, desespero, ofensas morais, raciais, sociais e a morte.

Nos últimos anos, a política de terror ou política do confronto, tem trazido continuamente atos de violência – defendida e financiada pelo Estado – contra moradores do Rio de Janeiro, sobretudo moradores de áreas onde atuam o tráfico de drogas ou as milícias. A voz dos violentamente oprimidos deu reposta. Campanhas contra o Caveirão, marchas contra o extermínio e violência policial, foram marcas importantes da História de lutas urbanas em favor de uma vida digna de todos e contra as múltiplas formas de opressão, desigualdade e ignorância.

Apesar das ações e declarações em tom fascista do governo, não aceitamos o rótulo de descartáveis e vamos a luta, resistiremos e combateremos com nossas armas o “Apartheid” instalado no Rio de Janeiro desde sempre. Agiremos e agitaremos com a tradição rebelde do Rock e a mobilização comunitária, a mesma que lutou contra as guerras, a indiferença, o preconceito, a miséria, e pela liberdade em várias regiões do planeta. Inspiremo-nos então na frase dita por um integrante das bandas do festival: “ninguém mata em meu nome”.

Para dar mais um sinal de denúncia, de não-acordo com as políticas públicas de “segurança” acontecerá esse festival de Rock na Maré. Este evento dará apoio e será apoiado pelo “fórum Pela Vida, Contra o Extermínio”, que se formou recentemente e inclui diferentes grupos e atores que se colocam ativamente em oposição ao terror de Estado. O festival de bandas “Maré de Rock” contará com a contribuição de pelo menos 10 bandas, intervenções artísticas e manifestações culturais, e todos os interessados de vir participar, escutar Rock, trocar idéias e festejar estão convidados.


“PELA VIDA, CONTRA O EXTERMÍNIO”!

O “FÓRUM” PELA VIDA, CONTRA O EXTERMÍNIO teve início no dia 08/05/08, a partir de um debate chamado "Pela Vida, Contra o Extermínio" na Associação de Defensores Públicos do Estado do Rio de Janeiro.

Na ocasião, o debate apontou para a necessidade das organizações sociais e políticas, além de militantes e ativistas independentes, terem um fórum amplo de debate e ações que discutisse e fundamentalmente atuasse, denunciando a criminalização da pobreza, dos movimentos sociais e a truculência e despreparo na política de segurança pública do Rio de Janeiro. Ações nesse sentido haviam se esvaziado desde finais de 2007, com o término da “Campanha contra o Caveirão”.

Partindo desse contexto, um conjunto de militantes, ativistas e representantes de organizações vem se reunindo freqüentemente na sede do Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos, com o objetivo de debater e articular ações contra o crescente e contínuo extermínio das populações pobres do Rio de Janeiro, especialmente das favelas.

Até o momento o fórum organizou um ato para recordar e cobrar responsabilidades após um ano da chacina no Morro do Alemão; articulou uma campanha de outdoors questionando a política de segurança no Rio de Janeiro, onde se lê: “Candelária, Vigário Geral, Baixada, Alemão, Acari, Providência... Estamos mais seguros? Infeliz é a sociedade que assiste passivamente sua juventude ser exterminada!” Esse texto vinha acompanhado de uma charge onde uma mãe segura seu filho de uniforme escolar baleado, enquanto um policial sorri e o blindado Caveirão permanece aterrorizando a comunidade. As últimas atividades organizadas pelo fórum, foram um seminário chamado: “Violação de Direitos Humanos no Campo e na Cidade: A Segurança Pública Em Xeque”, na faculdade de economia da UFRJ, e uma assembléia com os moradores do Morro da Providência para discutir as ações das forças armadas naquela localidade, depois do assassinato dos jovens de lá por criminosos de facções rivais, após serem entregues pelos militares aos mesmos.


ATUALMENTE SE ARTICULAM NO FÓRUM:

Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos; Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Musicultura; Gabinete do Deputado Federal Chico Alencar (PSOL); Conselho Popular; Justiça Global; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; Movimento de Comunidades por Moradia Popular; Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência; Projeto Legal; Movimento Nacional de Direitos Humanos; Coordenação Nacional de Lutas; Movimento Direito para Quem?; Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis; Gabinete do Deputado Estadual Marcelo Freixo (PSOL); Gabinete do Vereador Eliomar Coelho (PSOL); Centro Brasileiro dos Servidores Públicos; Frente Internacionalista dos Sem-Teto; além de militantes e ativistas independentes; e quem mais se somar será bem-vindo!


PELA VIDA, CONTRA O EXTERMÍNIO porque?

A Chacina de Acari, como ficou conhecida, ocorreu no dia 26 de julho de 1990, quando onze pessoas, dentre elas sete menores, foram retiradas de um sítio em Suruí, no bairro de Acari no município de Magé, onde passavam o dia, por um grupo que se identificava como sendo policiais. Os seqüestradores queriam jóias e dinheiro, e após supostamente negociarem a sua libertação por meio de um pagamento, os seqüestradores levaram as onze vítimas para um local abandonado. Nem eles nem seus corpos até hoje foram encontrados.

Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, aproximadamente à meia-noite, vários carros de polícia pararam em frente à Igreja da Candelária. Logo após, os policiais abriram fogo contra mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado da chacina, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos.

O Parque Proletário de Vigário Geral serviu como cenário de violência quando, na madrugada do dia 30 de agosto de 1993, a favela foi invadida por um grupo de policiais civis e militares (cerca de 40) encapuzados e fortemente armados, que surgiram arrombando casas e atirando para todos os lados. Foram exterminadas 21 pessoas e outras 4 foram atingidas, sem chances de defesa, incluindo mulheres, homens e crianças.

No dia 17 de Abril de 2003, na comunidade do Borel, carros da polícia subiram pela Estrada da Independência, e na Travessa Santo Antônio, conhecida por Vila da Preguiça, policiais chegaram atirando, às 17 horas, horário em que muitas pessoas estão na rua chegando da escola ou do emprego. Homens, mulheres e crianças começaram a correr e outros se ajoelharam, os policiais não permitiram que ninguém se identificasse e começou uma seção de tortura que culminou na execução fria de quatro moradores, jovens trabalhadores e estudantes.

No dia 28 de Junho de 2003, policiais militares cercaram e posicionaram-se em torno do sobrado na Rua Jota, em Acari, defronte à Av. Brasil, onde encontravam-se quatro jovens e uma senhora que tinha problemas mentais. Um policial entrou quebrando o telhado no cômodo dos fundos onde se encontravam os rapazes, que tentaram fugir sem reagir, mas foram executados. A senhora também foi executada no seu quarto, segundo o laudo pericial levou dois tiros no abdômen e um na palma da mão (indício de que tentou defender-se), mas exame posterior revelou que foi atingida na cabeça quando estava no chão, concluindo pelas marcas de tiro e sangue que se encontrou num canto do cômodo.

Noite de quinta-feira, 31 de março de 2005. 29 mortos e uma testemunha. Vítimas escolhidas aleatoriamente. Os acusados são PMs. Famílias marcadas para sempre pela chacina nos municípios de Nova Iguaçu e Queimados e que até hoje lutam pelo cumprimento das promessas feitas pela prefeitura de Nova Iguaçu, Governo do Estado e Federal.

Em uma ação planejada pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, que contou com 1300 policiais militares e membros da Força Nacional de Segurança, o governo do estado promoveu uma chacina no Complexo do Alemão na quarta-feira, 27 de junho de 2007, executando sumariamente 19 pessoas. Nada atesta que existiu confronto com traficantes, mas sim uma clássica operação militar de cerco e aniquilamento, com ordens de não fazer prisioneiros. Apenas duas pessoas foram presas.

Na manhã do sábado, 14 de junho de 2008, quatro jovens foram presos por militares dentro da favela e levados ao quartel do Exército. Depois de interpelados, foram levados até a favela da Mineira, a poucos metros dali e comandada por uma facção rival àquela que controla o Morro da Providência. No dia seguinte, os corpos dos três jovens apareceram junto aos detritos despejados no lixão de Jardim Gramacho, no município de Duque de Caxias.

Conhecida como Favela do Barbante devido à forma como os posseiros demarcavam seus terrenos. Na noite do último dia 19/08/2008, oito pessoas foram executadas a tiros por homens encapuzados. O delegado Marcus Neves, da 35ª Delegacia de Polícia, de Campo Grande, pediu a prisão de 18 pessoas acusadas de terem promovido a chacina na favela do Barbante. Segundo ele, seis são policiais militares que faziam parte de uma milícia, um dos indiciados é o ex-policial militar Luciano Guimarães, filho do vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho.

No Caveirão ou blindado, os policiais podem efetuar disparos sem o risco de serem reconhecidos. Normalmente o Caveirão entra nas comunidades com possantes alto-falantes repetindo refrões como “vim pegar a sua alma”, uma tática que não tem nenhuma função policial, servindo apenas para aterrorizar a população. É comum os policiais embarcados no caveirão atirarem nos transformadores, deixando as comunidades na escuridão. As mulheres, em particular, são alvo de ofensas e frases machistas por parte dos policiais. Crianças e mesmo adultos têm mostrado sintomas de distúrbios psicológicos e emocionais devido à ação do blindado. Com menos de dois anos de utilização, o Caveirão já deixou um grande número de vítimas fatais, sua grande maioria são moradores das comunidades, entre elas crianças e idosos.

Transformadores, deixando as comunidades na escuridão. As mulheres, em particular, são alvo de ofensas e frases machistas por parte dos policiais. Crianças e mesmo adultos têm mostrado sintomas de distúrbios psicológicos e emocionais devido à ação do blindado. Com menos de dois anos de utilização, o Caveirão já deixou um grande número de vítimas fatais, sua grande maioria são moradores das comunidades, entre elas crianças e idosos.